Adail Alencar Fonte:Revista GINRGO BILOBA -Natural,sim.Mas sem riscos Nº266 V45
Uma oportunidade de ampliar o nosso conhecimento a cerca de assuntos relevantes para o exercicio da enfermagem.
Adail Alencar Fonte:Revista GINRGO BILOBA -Natural,sim.Mas sem riscos Nº266 V45
Adail Alencar Fonte:Revista GINRGO BILOBA-Natural,sim.Mas sem riscos Nº266 V45
Adail Alencar Fonte:Revista GINRGO BILOBA-Natural ,sim.Mas sem riscos Nº266 V45
Esofagite de refluxo, hérnia de hiato, azia e refluxo.
É um conjunto de queixas que acompanha alterações no esôfago resultantes do refluxo (retorno) anormal do conteúdo estomacal para o esôfago. Náuseas e vômitos não costumam ocorrer.
O esôfago do adulto é um canal de 35 a 40 cm, que liga a boca ao estômago.
Ele é elástico e na espessura de sua parede contem camadas musculares recobertas internamente por uma delicada pele com o nome de mucosa, parecida com o revestimento da boca.
O início do esôfago fixa-se na parte inferior da garganta, desce pelo mediastino e cruza o diafragma através de um orifício chamado hiato, poucos centímetros antes de se abrir no estômago. O mediastino é a região entre os dois pulmões e o diafragma é uma calota muscular que divide o tórax do abdome.
O esôfago tem ligamentos para prendê-lo junto ao hiato diafragmático e que contribuem para formar um tipo de válvula de retenção para impedir o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.
Quando o esôfago desliza para cima mais que 2 a 3 cm., puxa o estômago e ambas as estruturas se deslocam para o tórax. Decorre dessa alteração anatômica a Hérnia Hiatal que, por sua vez, prejudica a válvula anti-refluxo.
Quando o conteúdo do estômago, em geral muito ácido, atinge a mucosa esofágica, este tecido reage - inflama - originando a Esofagite de Refluxo.
A azia é a principal queixa e seu nome técnico é pirose. Pode piorar, por exemplo, quando se dobra o peito sobre a barriga e quando se deita com o estômago cheio. É referida como ardência ou queimação, em algum ponto entre a "boca do estômago" e o queixo, correndo por trás do esterno, o "osso do peito". A azia pode ser tão intensa como uma dor no peito, causando impressão de infarto cardíaco. Pode ocorrer também um aumento da salivação, a sialorréia, que é um reflexo natural porque a deglutição dessa saliva alivia a queimação, como se fosse um antiácido natural.
O refluxo é a percepção da volta do conteúdo estomacal no sentido da boca, sem enjôo ou vômito, freqüentemente, com azedume ou amargor. Não raro determina tosse, pigarro e alterações da voz. O engasgo - tosse forte e súbita, atrapalhando a respiração - pode despertar do sono e representar uma situação de refluxo gastro-esofágico. A ocorrência de falta de ar com chiado ou miado no peito, como a asma, pode ser desencadeada pelo refluxo.
Sensações, desde bola na garganta e desconforto ao engolir até fortes dores em aperto - espasmos - no meio do peito, representam uma desorganização das contrações faringo-esofágicas responsáveis por levarem ao estômago aquilo que ingerimos. Esses sintomas são considerados complicações do refluxo e levam o nome geral de dismotricidade esofágica.
Na criança, ainda no primeiro ano de vida, pode ocorrer um refluxo gastro-esofágico excessivo, levando à devolução da mamada, a engasgos, a choro excessivo, a sono interrompido e quando repetitivo, predispõe a infecções e distúrbios respiratórios.
O relato do paciente adulto jovem pode levar ao diagnóstico, sem necessidade de exames num primeiro evento.
A radiografia da transição esofagogástrica, enquanto se deglute um contraste rádio-opaco, pode demonstrar tanto a hérnia, quanto o refluxo.
A Endoscopia Digestiva Superior é um exame para visualizar o esôfago, estômago e duodeno, passando um fino feixe de fibras óticas através da boca.
A evolução da qualidade dos equipamentos, da eficiência da anestesia local da garganta para evitar o reflexo do vômito e a sensação de asfixia, a eficácia e a segurança da sedação do paciente sem anestesia geral, tornaram a endoscopia um exame simplificado, do qual se acorda, não raro, perguntando quando vai ocorrer. Além disto, pode ser repetida para controle de resultado de tratamento e, mais recentemente, para procedimentos terapêuticos especiais.
Uma tela recebe e amplifica com nitidez as imagens das áreas sob inspeção direta, permitindo também fotos e filmes para reexaminar os achados. Pode mostrar a incompetência da válvula de retenção gastro-esofágica e a hérnia. O mais importante é que permite ver manchas vermelhas, placas branquicentas e úlceras, principalmente na mucosa do esôfago inferior, sugestivas de graus variados da Esofagite de Refluxo.
A endoscopia facilita a coleta de material destas lesões para exame microscópico, no qual se pode definir a inflamação, avaliar um potencial cancerígeno e até diagnosticar o câncer.
A Cintilografia do trânsito esôfago-gástrico é um método que tem sido usado mais na criança. Administra-se uma mamadeira normal, contendo uma quantidade inofensiva de substância radioativa. A cintilografia capta e registra imagens da radioatividade descendo para o estômago ou do estômago refluindo para o esôfago. É uma metodologia não invasiva, indolor e ambulatorial. Entretanto, pode não flagrar o refluxo, pois este não é permanente.
O estudo da pressão interna ao longo do esôfago (Manometria) e a verificação do refluxo da acidez do estômago para o esôfago (pHmetria de 24 horas) detectam variações naturais e anormalidades capazes de diagnosticar a DRGE. São métodos que chegaram à rotina clínica há relativamente poucos anos. Precisam ser usados quando os demais tem resultados insatisfatórios e para estudar parâmetros antes e depois do eventual tratamento cirúrgico da doença do refluxo.
Em geral, o tratamento é clínico, com medidas educativas associadas aos medicamentos. A vídeo-laparoscopia vem facilitando o método cirúrgico, aplicado a casos selecionados, com resultados muito bons.
Além de combater a obesidade, é importante evitar grandes volumes às refeições e de deitar nas primeiras duas horas seguintes. Algumas pessoas beneficiam-se de dormir numa cama elevada pelos pés da cabeceira, em 20 a 25 cm. Outras, não se adaptam à posição: incham os pés, doem as costas, etc. Há controvérsias sobre restrição de diversos alimentos, particularmente, cítricos, doces e gordurosos. Ajudam no controle dos sintomas, algumas medidas, como: evitar a bebida alcoólica, não deglutir líquidos muito quentes, ingerir um mínimo de líquidos durante ou logo após as refeições, evitar a ingestão de chá preto e café puro com estômago vazio.
Os medicamentos mais usados são os que diminuem o grau da acidez já lançada no estômago (os populares antiácidos) e aqueles que inibem a produção de ácido pelas células do estômago ("antiácidos sistêmicos"). Outros remédios de um grupo chamado de pró-cinéticos destinam-se a facilitar o esvaziamento do conteúdo estomacal em direção ao intestino, minimizando a quantidade capaz de refluir para o esôfago.
Uma queixa importante dos pacientes é a recidiva dos sintomas, particularmente da azia, poucos dias após o término dos medicamentos. Nesse momento, surge o questionamento do tratamento por tempo indeterminado ou do tratamento cirúrgico.
Vale dizer que o tratamento clínico combate muito bem os sintomas, mas não modifica a hérnia hiatal e poucas vezes muda o refluxo gastro-esofágico, propriamente dito.
Na prática clínica há a prevenção da recidiva dos sintomas, que se resume no seguimento das medidas ditas educativas instituídas quando do primeiro tratamento.
Para que serve o tratamento?
Devo tomar os remédios mesmo quando estiver bem? E se estiver bem há muito tempo?
Se eu parar de tomar os remédios, os sintomas vão voltar?
O que faço quando acabar a receita?
A doença tem cura?
Vou precisar repetir exames? De quanto em quanto tempo?
O que faço se os sintomas piorarem durante o tratamento?
Posso precisar de cirurgia? Se operar vou ficar curado? A doença pode voltar?
Devo mudar algo na minha alimentação ou hábitos de vida por causa dessa doença?A artrose (artrite degenerativa, doença degenerativa das articulações) é uma pertubação crónica das articulações caracterizada pela degenerescência da cartilagem e do osso adjacente, que pode causar dor articular e rigidez.
A artrose, a perturbação articular mais frequente, afecta em algum grau muitas pessoas por volta dos 70 anos de idade, tanto homens como mulheres. Contudo, a doença tende a desenvolver-se nos homens numa idade mais precoce. A artrose também pode aparecer em quase todos os vertebrados, inclusive peixes, anfíbios e aves. Os animais aquáticos como os golfinhos e as baleias podem sofrer de artrose, contudo, esta não afecta nenhum dos tipos de animais que permanecem pendurados com a cabeça para baixo, os morcegos e as preguiças. A doença está tão amplamente difundida no reino animal que alguns médicos pensam que pode ter evoluído a partir de um antigo método de reparação da cartilagem.
Persistem ainda muitos mitos sobre a artrose, por exemplo que é um traço inevitável de envelhecimento, como os cabelos grisalhos e as alterações na pele; que conduz a incapacidades mínimas e que o seu tratamento não é eficaz. Embora a artrose seja mais frequente em pessoas de idade, a sua causa não é a simples deterioração que implica o envelhecimento. A maioria dos afectados por esta doença, especialmente os mais jovens, apresentam poucos sintomas ou nenhum; contudo, algumas pessoas adultas desenvolvem incapacidades significativas.
Os círculos indicam as articulações mais frequentemente afectadas pela artrose a nível da coluna vertebral (cervical e lombar), das mãos, dos pés, das ancas e dos joelhos.
As articulações têm um nível tão pequeno de fricção que não se desgastam, salvo se forem excessivamente utilizadas ou danificadas. É provável que a artrose se inicie com uma anomalia das células que sintetizam os componentes da cartilagem, como o colagénio (uma proteína resistente e fibrosa do tecido conjuntivo) e os proteoglicanos (substâncias que dão elasticidade à cartilagem). A cartilagem pode crescer demasiado, mas finalmente torna-se mais fina e surgem gretas na sua superfície. Formam-se cavidades diminutas que enfraquecem a medula do osso, debaixo da cartilagem. Pode haver um crescimento excessivo do osso nos bordos da articulação, formando tumefacções (osteófitos) que podem ver-se e sentir-se ao tacto. Estas tumefacções podem interferir no funcionamento normal da articulação e causar dor.
Por fim, a superfície lisa e regular da cartilagem torna-se áspera e esburacada, impedindo que a articulação se possa mover com facilidade. Produz-se uma alteração da articulação pela deterioração de todos os seus componentes, quer dizer, o osso, a cápsula articular (tecidos que envolvem algumas articulações), a membrana sinovial (tecido que reveste a articulação), os tendões e a cartilagem.
Existem duas classificações da artrose; primária (idiopática), quando a causa é desconhecida, e secundária, quando a causa é outra doença, como a de Paget, uma infecção, uma deformidade, uma ferida ou o uso excessivo da articulação. São especialmente vulneráveis os indivíduos que forçam as suas articulações de forma reiterada, como os operários de uma fundição ou de uma mina de carvão e os condutores de autocarros. Contudo, os corredores profissionais de maratona não têm um maior risco de desenvolvimento desta perturbação. Embora não exista uma evidência concludente a esse respeito, é possível que a obesidade seja um factor importante no desenvolvimento da artrose.
Ao chegar aos 40 anos de idade, muitas pessoas manifestam sinais de artrose nas radiografias, especialmente nas articulações que sustentam o peso (como a anca), mas relativamente poucas apresentam sintomas.
Em geral, os sintomas desenvolvem-se gradualmente e afectam inicialmente uma ou várias articulações (as dos dedos, a base dos polegares, o pescoço, a zona lombar, o dedo grande do pé, a anca e os joelhos). A dor é o primeiro sintoma, que aumenta em geral com a prática de exercício. Em alguns casos, a articulação pode estar rígida depois de dormir ou de qualquer outra forma de inactividade; contudo, a rigidez costuma desaparecer 30 minutos depois de se iniciar o movimento da articulação.
A articulação pode perder mobilidade e inclusive ficar completamente rígida numa posição incorrecta à medida que piora a lesão provocada pela artrose. O novo crescimento da cartilagem, do osso e outros tecidos pode aumentar o tamanho das articulações. A cartilagem áspera faz com que as articulações ranjam ou crepitem ao mover-se. As protuberâncias ósseas desenvolvem-se com frequência nas articulações das pontas dos dedos (nódulos de Heberden).
Em alguns sítios (como o joelho), os ligamentos que rodeiam e sustentam a articulação distendem-se de tal maneira que esta se torna instável. Tocar ou mover a articulação pode ser muito doloroso.
Em contraste, a anca torna-se rígida, perde o seu raio de acção e provoca dor ao mover-se. A artrose afecta com frequência a coluna vertebral. A dor de costas é o sintoma mais frequente. As articulações lesadas da coluna costumam causar apenas dores leves e rigidez.
Contudo, se o crescimento ósseo comprime os nervos, a artrose do pescoço ou da zona lombar pode causar entorpecimento, sensações estranhas, dor e fraqueza num braço ou numa perna. Em raras ocasiões, a compressão dos vasos sanguíneos que chegam à parte posterior do cérebro origina problemas de visão, sensação de enjoo (vertigem), náuseas e vómitos. Por vezes o crescimento do osso comprime o esófago, dificultando a deglutição.
A artrose segue um desenvolvimento lento na maioria dos casos depois do aparecimento dos sintomas. Muitas pessoas apresentam alguma forma de incapacidade, mas, em certas ocasiões, a degenerescência articular detém-se.
Tanto os exercícios de estiramento como os de fortalecimento e de postura são adequados para manter as cartilagens em bom estado, aumentar a mobilidade de uma articulação e reforçar os músculos circundantes de maneira que possam amortecer melhor os impactos. O exercício deve ser compensado com o repouso das articulações dolorosas; contudo, a imobilização de uma articulação tende mais a agravar a artrose do que a melhorá-la. Os sintomas pioram com o uso de cadeiras, reclinadores, colchões e assentos de automóvel demasiado moles. Recomenda-se o uso de cadeiras com costas direitas, colchões duros ou estrados de madeira por baixo do colchão. Os exercícios específicos para a artrose da coluna vertebral podem ser úteis; contudo, são necessários suportes ortopédicos para as costas em caso de problemas graves. É importante manter as actividades diárias habituais, desempenhar um papel activo e independente dentro da família e continuar a trabalhar.
Também são úteis a fisioterapia e o tratamento com calor local. Para aliviar a dor dos dedos é recomendável, por exemplo, aquecer cera de parafina misturada com óleo mineral a uma temperatura de 48ÞC a 51ÞC, para depois molhar os dedos, ou tomar banhos mornos ou quentes. As talas ou suportes podem proteger articulações específicas durante actividades que gerem dor. Quando a artrose afecta o pescoço, podem ser úteis as massagens realizadas por terapeutas profissionais, a tracção e a aplicação de calor intenso com diatermia ou ultra-sons.
Os medicamentos são o aspecto menos importante do programa global de tratamento. Um analgésio como o paracetamol (acetaminofeno) pode ser suficiente. Um anti-inflamatório não esteróide como a aspirina ou o ibuprofeno pode diminuir a dor e a inflamação. (Ver secção 2, capítulo 13) Se uma articulação se inflama, incha e provoca dor repentinamente, os corticosteróides podem ser directamente injectados nela, embora isto só possa proporcionar alívio a curto prazo.
A cirurgia pode ser útil quando a dor persiste apesar dos outros tratamentos. Algumas articulações, sobretudo a anca e o joelho, podem ser substituídas por uma artificial (prótese) que, em geral, dá bons resultados: melhora a mobilidade e o funcionamento na maioria dos casos e diminui a dor de forma notória. Portanto, quando o movimento se vê limitado, pode considerar-se a possibilidade de uma prótese da articulação.