quinta-feira, 18 de março de 2010

O que é Amigdalite?

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Dor de garganta? Febre? Você pode estar curtindo uma amigdalite. Em curtas palavras, amigdalite é a infecção das amígdalas palatinas. O inverno seco e poluído em alguns lugares, contribui para o surgimento e desenvolvimento das amigdalites, que predominam entre as crianças.


As amígdalas são massas de tecido esponjoso linfóide, localizadas na parte de trás da garganta, na entrada das vias respiratórias, nos dois lados da garganta. Elas agem como filtros, ajudando a prevenir que infecções da garganta, boca e seios da face se espalhem para o resto do corpo. As amígdalas também são responsáveis pela produção de anticorpos, que ajudam a combater as infecções na garganta e no nariz. As amígdalas são muito suscetíveis à infecção. A amigdalite, portanto, é a inflamação das amígdalas.

Causas

As amigdalites pode ser tanto de origem viral quanto bacteriana, sendo que esta última pode ser facilmente identificada por apresentar pus, ou seja, aqueles pontos brancos, também conhecidos por placas. Sendo bacteriana, a doença deve ser tratada com antibióticos. As virais, no entanto, não se beneficiam deste tipo de tratamento, possuindo um ciclo próprio e necessitando apenas de medicação para alívio dos sintomas, como antitérmicos e analgésicos.

A amigdalite bacteriana é causada, principalmente, pela bactéria Streptococcus pyogenes, sendo o tipo mais perigoso das infecções de garganta. A febre que atinge os pacientes acometidos por esta bactéria pode mesmo chegar aos 40ºC e ocasionalmente podem se formar abscessos.

As crianças desenvolvem amigdalite quando enfrentam queda na resistência dos seus organismos e variações bruscas de temperatura, típicas desta época do ano.

Fatores de Risco para Amigdalite

Más condições de habitação, presença de animal doméstico na residência, exposição ao fumo e apetite diminuído são possíveis fatores que podem ajudar no desenvolvimento da amigdalite aguda ou na amigdalite de repetição, definida como 5 a 7 episódios de infecção durante o ano.

A amigdalite aguda é hoje, como também foi no passado, uma das infecções de vias aéreas de maior freqüência. Na era pré-antibiótica, a denominação de angina (do latim angere, que significa sufocar) denota bem a gravidade dos quadros clínicos e de suas complicações.

Foi nesta época que surgiu a técnica da amigdalectomia (popularmente conhecida como operação de garganta), então praticada com técnicas rudimentares de anestesia e com altos índices de complicações. Porém, com o desenvolvimento da técnica cirúrgica e dos meios de anestesia, a cirurgia difundiu-se, tornando-se até abusiva.

Após a descoberta dos antibióticos, o controle dos casos mais simples e a diminuição do número de complicações, a amigdalectomia ainda se mantinha como importante indicação, nos casos de infecções de repetição, pois pouca função se atribuía as amígdalas. No entanto, com o desenvolvimento da Imunologia, confirmou-se o envolvimento das amígdalas no processo de defesa do organismo e a dúvida sobre o efeito da cirurgia, sobre a imunidade dos pacientes, começou a ser levantada.

A presença de maior número de infecções está ligada principalmente a piores condições sócio-econômicas, como ocorre com a população pobre, que geralmente habita locais pequenos e com grande número de moradores, aliadas à presença de animais domésticos, à exposição passiva ao tabaco, e à falta de alimentação adequada das crianças, fazendo com que estes sejam os potenciais fatores de risco para o aparecimento desses quadros.

Sintomas

Além da dor e da febre, o inchaço dos gânglios (íngua), em qualquer lado do pescoço e da mandíbula, também serve como indicativo da amigdalite. Dor de ouvido, dificuldade para engolir, calafrios, dor de cabeça, hálito diferente, mudanças no paladar e no olfato, dores musculares, dor de barriga e vômitos são outros dos sintomas comumente relatados.

Complicações e Tratamento

A amigdalite, se não tratada, pode trazer algumas complicações secundárias, como febre reumática ou "reumatismo no sangue" (patologia que lesa o coração de forma grave, podendo também acometer outros órgãos e que ocorre nos casos de amigdalite bacteriana não tratada ou parcialmente tratada), surdez, problemas nos rins e no coração. A amigdalite pode levar também a casos graves, inclusive de septicemia e choque bacteriano, que correspondem a infecção do sangue.

Cirurgia e Antibióticos

A retirada das amígdalas deixa o organismo desprotegido da sua ajuda, no combate às infecções, na medida em que elas são o primeiro escudo contra as bactérias, que querem invadir o organismo. Pessoas sem amígdalas desenvolvem mais faringites. Portanto, é um procedimento que deve ser evitado ao máximo, assim como se deve evitar os excessos na administração de antibióticos, muitas vezes tomados sem a orientação médica e na dosagem errada, o que não ajuda em nada no tratamento da infecção. Como qualquer medicamento, eles provocam reações no organismo, além de favorecer ao aparecimento de bactérias resistentes, quando utilizados indiscriminadamente.

Prevenção e Tratamento.

O desconforto causado pela amigdalite, principalmente em crianças, pode ser aliviado com o gargarejo de uma solução contendo uma pitada de sal, dissolvido em meio copo de água morna. Bebidas mornas, como chás (com ou sem mel) e sopas, assim como outros alimentos macios, se forem toleráveis, ajudam a criança a manter-se alimentada, apesar da dificuldade para engolir.

Água gelada, andar descalço, tomar chuva, não trazem a doença, mas são fatores que podem produzir variações de temperatura, estabelecendo um melhor terreno para a instalação da bactéria.

Mas o fundamental é a ida ao médico, para o diagnóstico correto e a instituição de um tratamento adequado, no máximo 48 horas após o inicio dos sintomas. A amigdalite bacteriana responde muito bem ao tratamento com penicilina ou antibióticos derivados dela, ou no caso de alergias a este antibiótico, a eritromicina pode ser uma boa escolha. Outros antibióticos existem e podem ser indicados pelo medico que avalia a criança. A febre irá ceder 48 horas após o início do tratamento.

Nunca medique seu filho por conta própria. Ele pode ter crescido e assim a dose do medicamento estará fraca e isso será o mesmo que não tratar.

A amigdalite tem um alto contagio entre familiares, e só após aproximadamente 48 horas de tratamento, é que diminui este risco. Portanto o cuidado, principalmente entre irmãos, deve ser instituído, e se sintomas semelhantes aparecerem o médico deverá novamente ser consultado.

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